'Os dias mais longos do ano'
Costumamos dizer que 21 de Dezembro, dia do solstício de inverno, é o dia mais curto do ano. Mas essa afirmação é ambígua. De que dia estamos a falar? Se estivermos a falar do período que decorre entre o nascer e o pôr do Sol, então estamos certos. Ou quase certos... Olhando para um almanaque astronómico, reparamos que em fins de Dezembro há alguns dias em que o Sol está acima do horizonte um segundo menos do que no exacto dia do solstício.
Mas as coisas mudam realmente de figura se falarmos do dia completo. Como definimos então esse dia? Se o definirmos como um período de 24 horas, a pergunta não tem sentido, pois 24 horas são sempre 24 horas e aí não há dias mais longos nem dias mais curtos.
O dia terrestre, contudo, não tem exactamente 24 horas. Se o definirmos, por exemplo, como o período entre dois meios dias solares (momento em que o Sol atinge a altura máxima), verificamos que há dias maiores e dias menores. Devido à inclinação do eixo da Terra, à forma elíptica da sua órbita e ainda a outros factores menores, há dias mais longos e dias mais curtos.
A diferença é de pouca monta. No máximo, são 30 segundos a mais ou 30 segundos a menos em relação ao período de 24 horas. Nada que se veja. Acumulados ao longo de semanas, contudo, esses 30 segundos chegam a valer 16 minutos a mais e 14 minutos a menos. Por essa razão, o tempo marcado pelos relógios solares tem de ser convertido, usando uma regra a que se chama equação do tempo.
O curioso é que agora, em fins de Dezembro, os dias têm cerca de 24 horas e 30 segundos. São os dias mais longos do ano. Quem adivinharia que tal iria acontecer precisamente no princípio do Inverno?!
Nuno Crato
(Crónica publicado no Expresso)
Mas as coisas mudam realmente de figura se falarmos do dia completo. Como definimos então esse dia? Se o definirmos como um período de 24 horas, a pergunta não tem sentido, pois 24 horas são sempre 24 horas e aí não há dias mais longos nem dias mais curtos.
O dia terrestre, contudo, não tem exactamente 24 horas. Se o definirmos, por exemplo, como o período entre dois meios dias solares (momento em que o Sol atinge a altura máxima), verificamos que há dias maiores e dias menores. Devido à inclinação do eixo da Terra, à forma elíptica da sua órbita e ainda a outros factores menores, há dias mais longos e dias mais curtos.
A diferença é de pouca monta. No máximo, são 30 segundos a mais ou 30 segundos a menos em relação ao período de 24 horas. Nada que se veja. Acumulados ao longo de semanas, contudo, esses 30 segundos chegam a valer 16 minutos a mais e 14 minutos a menos. Por essa razão, o tempo marcado pelos relógios solares tem de ser convertido, usando uma regra a que se chama equação do tempo.
O curioso é que agora, em fins de Dezembro, os dias têm cerca de 24 horas e 30 segundos. São os dias mais longos do ano. Quem adivinharia que tal iria acontecer precisamente no princípio do Inverno?!
Nuno Crato
(Crónica publicado no Expresso)
1 Comments:
Sorte a dos brasileiros que podem gozar os dias mais longos do ano em pleno Verão!...
Até nisso somos uns desgraçadinhos.
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