Contra os testes em animais

Estima-se que mais de um milhão de animais morrem, cada ano, em testes de cosméticos e produtos de beleza.

"Todos os anos, milhares de novos cosméticos, produtos de limpeza e de higiene pessoal são lançados no mercado. Potencialmente, muitos deles foram testados em animais em vários estágios do seu desenvolvimento. Antes de aparecerem nas estantes do supermercado, esses produtos passam por longas e complexas experiências que deixam milhões de animais mutilados, queimados, envenenados e expostos à acção de gases em testes ultrapassados e desnecessários.
Os fabricantes alegam que os testes garantem a segurança dos seus produtos utilizados em circunstâncias normais ou em caso de algum acidente, como a ingestão dos mesmos. O verdadeiro interesse, no entanto, é limitar a responsabilidade da companhia perante um possível caso de acção judicial movida por um consumidor.
Produtos comprovadamente tóxicos que foram testados em animais são regularmente introduzidos no mercado. Não importa a quantidade de testes aplicados em animais; isso não altera o facto de que muitos desses produtos são danosos se ingeridos ou se utilizados inadequadamente. Além disso, muitos desses produtos não fornecem informações sobre os tratamentos efectivos em casos de danos de saúde – limitam-se a indicar a toxidade e é só."

Não vou entrar em pormenores sobre o tipo de testes feitos em animais, acho que todos temos uma ideia muito clara das atrocidades levadas a cabo por empresas de produtos de beleza, de higiene e até de electrodomésticos! Quero apenas sublinhar que a esmagadora maioria desses testes NÃO SERVE PARA NADA! Por exemplo, a reacção dos olhos de um coelho a um qualquer produto é COMPLETAMENTE DIFERENTE da reacção dos nossos olhos ao mesmo produto. Como referido acima, estes testes não passam de uma tentativa de fuga por parte das empresas a possíveis acções judiciais.

Ainda por cima, existem várias alternativas para os testes em animais:
1. Simulações por computador;
2. Utilização de culturas de células in vitro para estudos de toxicidade e irritação;
3. Utilização de olhos humanos dos bancos de olhos ou das membranas de ovos de galinha;
4. Utilização de tecido humano: o laboratório Pharmagene, na Inglaterra, vem desenvolvendo a técnica de stock de tecidos humanos retirados durante uma biopsia ou algum tipo de tratamento de pacientes hospitalizados voluntários.

Adicionalmente, os fabricantes podem simplesmente utilizar:
1. Ingredientes sabidamente seguros;
2. Ingredientes orgânicos ou naturais;
3. Rótulos apropriados indicando a toxicidade.

"Os animais possuem um sistema nervoso desenvolvido, sentem dor e sofrem como nós. É um crime aprisioná-los e torturá-los em nome da beleza e da vaidade. É um crime utilizá-los em nome da ganância e dos lucros. Os animais não se pintam, não usam perfumes, batons, cremes, não têm medo de envelhecer, não precisam de esconder as rugas, não utilizam produtos domésticos... Porque é que ELES têm de sofrer? Ao comprar produtos testados em animais estamos a contribuir para estes crimes." Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (http://www.lpda.pt/)

Deixemos de comprar produtos de empresas que torturam e assassinam animais e avisemos essas empresas de que não utilizamos os seus produtos enquanto não acabarem com os testes! E que empresas são essas? A PETA – People for the Ethical Treatment of Animals, publica e actualiza regularmente duas listas: uma de empresas que testam em animais; outra de empresas que não testam em animais. Podem obtê-las no site http://www.caringconsumer.com/searchcompany.asp.

Essas listas são de empresas que produzem nos EUA, pelo que nada nos garante que uma empresa pertencente à lista das que não testam cá para os nossos lados efectue testes em animais. Na falta de melhor, esperemos que não! De qualquer modo, seleccionei apenas as marcas comercializadas em Portugal e ainda consegui descobrir mais algumas nas minhas buscas pelo mundo da Internet.

Saliento o facto de algumas marcas estarem na lista das empresas que testam não por efectuarem testes em animais, como a Herbal Essences, mas por pertencerem a grupos que comercializam marcas que testam em animais. Também podem achar estranho o facto de marcas de roupa pertencerem à lista das empresas que testam, mas lembrem-se que comercializam perfumes, por exemplo. Pertencem à mesma lista algumas empresas farmacêuticas que são obrigadas por lei a fazer testes em animais (quanto a mim, também condenável, mas não falarei disso agora...), mas que aqui se encontram devido aos seus produtos de beleza e afins. Peço especial atenção para os nomes a negrito, que correspondem a empresas-mãe e que, por isso, têm muitos produtos que podem não estar aqui listados.

Empresas que testam em animais:
3M – grupo; Acuvue (lentes de contacto); Adidas; Ajax; Alberto-Culver – grupo; Allergan (farmacêutica); Aquafresh (produtos dentários); Axe; Bausch & Lomb (lentes de contacto); Becel; Benecol (iogurte); Benckiser = Reckitt Benckiser; Bic; Braun; Bristol-Myers Squibb (farmacêutica); Brut; Cacharel; Calgon; Calvé; Calvin Klein; Camay (sabonete); Carefree; Celine Dion; Cerruti; Charmin (papel higiénico húmido); Chesebrough-Pond’s – grupo; Christian Dior; Cif; Clairol (produtos de beleza) – grupo; Clearasil; Colgate; Colgate-Palmolive – grupo; Comfort (detergente); Coppertone; Coty – grupo; Daily Defense (produtos para cabelo); David and Victoria Beckham; Davidoff; Domestus (detergentes); Dove; Dr. Scholl’s (produtos para pés); Duracell (pilhas); Disney Toothbrushes; Elizabeth Arden; Elizabeth Taylor; Eno; Esprit (marca de roupa); Eukanuba (produtos para animais); Évian (água); Fabergé (perfumes); Fabuloso (detergente); Febreze (para roupa); Findus; Finish (detergente); Flora; Garnier; Gillette – grupo; Giorgio Armani; Givenchy; GlaxoSmithKline – grupo = Smithkline Beecham; Guerlain; Head & Shoulders; Helena Rubinstein; Hellman’s; Herbal Essences; Huggies (fraldas); Hugo Boss; Iglo; Impulse; Isabella Rossellini; Jennifer Lopez; Johnson & Johnson – grupo; Kanebo (produtos de beleza); Kleenex; Knorr; Kimberly-Clark – grupo; Lacoste; Lancaster; Lancôme; Lipton; L’Oréal – grupo; Lucozade (bebida); Lux; Matrix Essentials; Max Factor; Maybelline; Mentadent; Miss Sixty; Neutrogena; Novartis (farmacêutica); Obsession; Olá (gelados); Old Spice; Óleo Johnson’s; Omo; Oral B; Oxy Balance (produto anti-acne); Palmolive; Pantene; Pepsodent; Pfizer laboratórios; Pierre Cardin; Piz Buin; Pond’s; Post-it (sim, esses mesmos!); Pringles (batatas fritas); Procter & Gamble – grupo; Raid (pesticida); Ralph Lauren Fragrances; Ray-Ban (lentes de contacto); Reach (produtos dentários); Reckitt Benckiser – grupo; Rexona; Ribena (bebida); RoC; Sarah Jessica Parker; Scotch-Brite (esfregão de louça); Scottex; Sensodyne; Shania Twain; Schick (lâminas de barbear); Shiseido (produtos de beleza); Smithkline Beecham (farmacêutica); Suavitel (amaciador de roupa); Sunsilk (detergentes); Swiffer (limpeza da casa); Tampax; Tide (detergente); Unilever – grupo (e são muitas!!!); Veet; Vera Wang; Vichy; Vicks (vias respiratórias); Vivienne Westwood; Wilkinson (lâminas de barbear); Woolite (detergente).

Empresas que não testam em animais:
8x4; Almay; atrix; Avon; Beiersdorf – grupo; Body Shop, The; Boticário, O; Chanel; Clarins Paris; Clinique; Derma e; Dermalogica; Donna Karan; Ecover (detergentes ecológicos à venda em hipermercados); Estée Lauder; Eucerin; Florena; FUTURO; Gap; Hansaplast/Elastoplast; Hello Kitty; JUVENA; La Prairie; Labello; L'anza Research; Liquid paper; Mary Quant; Nexxus; Nikken (complementos nutricionais, cremes faciais, entre outros); Nívea; Nordstrom; Norelco - Philips (máquina de barbear); Oriflame; Orlane; Oxyfresh (produtos dentários); Paper Mate; Parker; Pharma Natura; Power Puff Girls; Prismacolor; Remington; Revlon; Sanford (escrita) – grupo; Silkience; Townley – grupo; Victoria’s Secret; Waterman; Wella; Winx club; Yves Rocher.

"Ninguém cometeu maior erro, do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco". Edmund Burkea

Em nome dos animais, obrigada!