sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Cultura Geral LX - suicídio na Idade Média

Na Idade Média, as sanções contra o suicídio tomaram proporções desastrosas. Aquele que o tentasse seria preso, humilhado publicamente e sentenciado à morte. Aquele que o conseguisse enfrentaria a condenação eterna, assim pregava a Igreja.

Para além de não ser concedido um funeral digno a alguém que tirasse a sua própria vida, o costume de desonrar o corpo de uma vítima de suicídio tornou-se comum. Quando uma pessoa se suicidava era costume o corpo ser arrastado pelas ruas, a cabeça podia ser colocada numa estaca fora das portas da cidade como aviso para outros, e o corpo podia ser abandonado para que os animais o consumissem. A Igreja revivificou tradições antigas, como o costume grego de cortar a mão direita do cadáver para impedir o espírito de cometer um crime. Em Inglaterra, o corpo era enterrado numa encruzilhada, para que o espírito não conseguisse encontrar o caminho de volta para casa.

Para a Igreja, o suicídio era trabalho do diabo, o mais mortal dos pecados, pelo que era garantida uma vivência miserável após a morte. Dante, na sua obra “A Divina Comédia”, descreve as consequências: os suicidas tinham pior castigo que os hereges e os assassinos; eram enviados para o sétimo círculo do inferno, onde eram transformados em árvores e picados por harpias.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É bom que quem falhasse a sua tentativa de suicídio fosse condenado à morte, afinal depois da humilhação pública um indivíduo poderia ficar tão depremido que tentaria suicidar-se de novo. E afinal era isso que o castigo pretendia evitar.

Quanto ao "serem transformados em árvores e picados" não vejo qual é o problema, afinal que eu saiba as árvores não sentem dor.

3 de novembro de 2006 às 18:21  

Enviar um comentário

<< Home