quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

"Munique" ou As duas faces da mesma moeda

Fui ontem ver o último filme do sr. Spielberg. Gostei muito! Juntamente com "Crash", foi o melhor filme que vi ultimamente...

Estava reticente em ver a versão de um americano sobre a interminável guerrilha Israel/Palestina, certa de que deveria ser uma visão parcial que mostraria as "vítimas" israelitas a lutar contra os "terroristas" palestinianos. Agrada-me dizer que me enganei redondamente! Spielberg passa-nos a mensagem de que ambos são terroristas, uns com pátria, outros sem ela. Impõe-se um parêntesis: (quando digo israelitas e palestinianos, refiro-me aos governantes e líderes destes países, não ao povo em geral, esse sim vítima...)

Nunca percebi porque é que a Europa e os EUA resolveram oferecer um país aos judeus! Sei que serviu de desculpa por nada terem feito para destruir os campos de concentração durante a 2ªGM, mas não percebo... Deverá cada religião ter um país específico? Sendo assim, onde deverá ficar o país? E quanto às pessoas que já lá estavam? Que lhes fazemos? Se forem da nossa religião ficam. E as outras? São expulsas, a bem ou a mal!

É engraçado que ao oferecer terra, a França não disse "fiquem com a Normandia", a Inglaterra não disse "damo-vos o País de Gales" e os Estados Unidos não ofereceram sequer o Alasca! Não! É muito mais fácil e conveniente dar o que é dos outros! Chegaram até a considerar o sul de Angola, mas, como sabemos, Israel acabou por ficar na Palestina (na altura sob domínio inglês).

Sou totalmente anti-racista e anti-xenófoba, por isso não pensem que sou anti-semita. Sou, sim, anti-ocupação-de-território.

O que não percebo também, e que é comum a israelitas e palestinianos (e não só!), é matar em nome de Deus. Todas as religiões do mundo professam a tolerância, mas algumas pessoas acrescentam a cláusula "se praticar a mesma religião que eu"!

Já me desviei do assunto... Recomendo vivamente o filme "Munique", bem como a leitura da crónica "Quando o terrorismo estava do outro lado" de Luís e todos os comentários (107!) a ela relativos em
http://aspirinab.weblog.com.pt/2006/02/
quando_o_terrorismo_estava_do.html#comments

3 Comments:

Blogger Miguel Gonçalves said...

Olá mana! O filme do Sr. Spieldberg ainda não fui ver, mas para ser tão bom como o Crash é preciso mesmo muito!! Não foste ver esse filme comigo e com os nossos respectivos?

Bjs!

9 de fevereiro de 2006 às 21:35  
Blogger PG said...

Eu achei! São dois filmes diferentes, mas igualmente bons. O Crash ganha pela simplicidade e originalidade (apesar de o tipo várias-histórias-entrelaçadas já não ser propriamente original...)

11 de fevereiro de 2006 às 23:46  
Blogger ACP said...

Pois é... ainda há pessoas que julgam que a vida tem um valor relativo, dependendo se é a vida de um Ghandi ou de um terrorista islâmico, ou do KKK...

Seria interessante ver a recção dessas pessoas, se um dia, quando abrissem a janela, se deparassem com um bando de "ocupas" no seu quintal, colocados lá pelo vizinho, ou pelo presidente da junta de freguesia...

Bom domingo :)

12 de fevereiro de 2006 às 12:10  

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